segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Antártica, cadeirantes e um jovem de 83 anos na meia de Pomerode

No último domingo, dia 31, tivemos a oportunidade de participar da 4a. edição da meia maratona de Pomerode. A prova é considerada uma das 20 melhores do Brasil, não apenas pela organização, mas pela boa receptividade da população e, óbvio, pelo potencial turístico da pequena e pacata Pomerode, considerada como a mais "alemã" do Brasil. Além dos 21K, os corredores também podiam optar pela rústica de 5.8K.
Todo ano a prova conta com um padrinho ou uma madrinha reconhecido no cenário esportivo nacional. Este ano, os competidores foram agraciados pela presença do Bernardo Fonseca, o "ultra maratonista" do gelo, protagonista do quadro "Desafio Extremo", transmitido pela Rede Globo no Fantástico (ele venceu no mesmo dia (em dez/2010) a maratona do gelo de 42K e a ultra de 100K).
Impressionante a história de vida desse cara de 33 anos, que, aos 12 anos fez sua primeira caminhada de apenas '"40K" e aos 17 anos debutou no seu primeiro Ironman. Ele largou uma carreira promissora em um banco suíço de investimento e passou a se dedicar ao seu sonho: constituir uma empresa de marketing esportivo, objetivo hoje consolidado.
Todos os detalhes foram contados ao vivo durante a palestra que ministrou no teatro da cidade no sábado a noite. Respondeu diversar perguntas da platéia, tirou fotos e ainda correu os 21K com a turma no domingo pela manhã. Ainda comentou sobre o desafio extremo do próximo ano, que será no deserto do Saara.
Quanto a prova propriamente dita, a mesma não poderia ter sido melhor. Depois de uma sexta-feira extremamente ensolarada e de um sábado totalmente chuvoso, os corredores foram agraciados no domingo com um dia nublado e ligeiramente fresco (na faixa dos 17-18 graus). Era dia para bater metas e quebrar recordes pessoais.
Além do próprio exemplo do Bernardo, quem foi pôde ainda extrair motivação advinda dos cadeirantes e dos deficientes visuais, verdadeiros exemplos de como o esporte pode servir de instrumento de superação pessoal.
Ao final, após a confraternização da galera, ainda fomos surpreendidos com a chegada do "último guerreiro" da prova, um senhor de 83 anos que cruzou a meia abaixo de 3 horas, outro exemplo a ser seguido e não esqueçam, vamos correndo!

sábado, 22 de outubro de 2011

Novo lote de camisas chegando...

A camisa de uma equipe é muito mais do que um pedaço de tecido e uma eventual logomarca ou escudo estampado. No futebol, por exemplo, verdadeira paixão nacional, a camisa é como se fosse um manto sagrado. Quando você e mais pessoas a usam, passa aquele sentimento de unicidade, de comunhão de interesses, enfim, de pertencimento.
Com o nosso grupo de corrida não é diferente. Embora cada integrante procure praticar a corrida dentro das suas limitações de tempo e horário e muitas vezes de forma solitária, o fato de dispormos de uma camisa comum nos deixa mais orgulhosos de fazer parte de algo maior. A camisa, o emblema, a personalização, fazem com que o público nos identifique como pertencentes a uma "tribo" distinta.
É justamente por isso e, conforme amplamente noticiado, nosso escritório está mais uma vez apoiando o grupo de corrida e patrocinando sua nova vestimenta. Um tecido esportivo e uma melhor qualidade de corte e estampa serão notados com extrema facilidade. Até a segunda quinzena de novembro todos poderão fruí-la.
A ideia é que os integrantes possam usá-la em seus treinos e, principalmente, nas corridas pelo Brasil afora. Não deixe de registrar seus momentos em foto e encaminhar para a comissão organizadora do grupo. Teremos o prazer de divulgá-la em nossas ações. São os Runners ganhando espaço e se fazendo perceber. Vamos correndo!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Os ensinamentos da Maratona de Chicago 2011

A maratona ainda não está difundida no Brasil. Embora o esporte já seja o sexto mais praticado do país, de acordo com as pesquisas mais recentes, são as curtas distâncias que promovem a sua disseminação em nosso território e não as corridas de longa distância, como ocorre em países onde a prática está mais evoluída.
Apenas para termos uma ideia, a prova de rua mais conhecida no Brasil é a tradicional São Silvestre, que ocorre sempre no dia 31 de dezembro e conta com cerca de 20.000 inscritos. Mesmo grandiosa, a prova é de 15K e fica a 6K de uma meia maratona (21K). Obviamente, o percurso e o horário da largada são ingredientes que deixam-na bem apimentada e dificultosa, mas temos um longo caminho a percorrer se quisermos ver o Brasil reconhecido nesse segmento.
Bem, voltando ao título da nossa matéria, no último domingo, ocorreu a Maratona de Chicago. Uma das 5 principais do mundo (uma das "five majors", juntamente com Boston, New York, Berlim e Londres). Segundo dados oficiais, foram 45.000 inscritos (dos quais 35.628 completaram a prova), numa demonstração da força que o esporte possui nos Estados Unidos. Os aficcionados de fora puderam acompanhar toda a prova pela internet, através da NBC Chicago e ficaram impressionados com a repercussão e audiência da mesma (cerca de 1.7 milhões de pessoas), além da movimentação econômica na ordem de $ 170 milhões gerada pelo evento. É um exemplo salutar do que o esporte pode possilitar em termos de inclusão, visibilidade e renda.
Além da lição de como é possível utilizarmos o esporte como ferramenta de promoção da saúde física, mental e financeira, outras lições importantes puderam ser observadas.
Marilson dos Santos, nosso principal fundista, correu junto com o pelotão de elite (formado basicamente por quenianos e etíopes) até a metade da prova. Seu objetivo era bater o recorde sul-americano pertencente a outro brasileiro (Ronaldo da Costa) e, de quebra, assegurar a vaga para a maratona olímpica de Londres 2012. Infelizmente, acometido por fortes enjoos e dores estomacais, abandonou a prova na altura dos 30K. E olha que pode ter sido a ingestão de líquidos quentes ao longo dos postos de hidratação!
O queniano Mosop, juntamente com a russa Shobukhova, venceram, respectivamente, no masculino e no feminino. Ela pela terceira vez e ele quebrando o recorde da prova (agora emn 2h05m37s). Esperava-se que Mosop pudesse quebrar o atual recorde mundial, mas fatores alheiros ao seu controle (como os climáticos) o impossibilitaram.
Bem, mesmo nós, simples mortais, precisamos ficar atentos aos ensinamentos que podemos colher de tais situações. Podemos ter feito um período exemplar de treinos, podemos aplicar uma dieta bem equilibrada, podemos descansar adequadamente, mas existem fatores alheios a nossa vontade que podem fazer com que deixemos de completar uma prova importante ou mesmo de bater um novo recorde pessoal. Hidratação problemática, bem como condições climáticas adversas merecem toda a nossa atenção e, sendo que, em determinados momentos, é melhor sermos conservadores, terminarmos bem e deixarmos o recorde para uma outra oportunidade. Presença de espírito e uma boa dose de consciência vão muito bem. Vamos correndo! 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Meu companheiro/a não corre. E agora?

Hoje é bastante comum encontrarmos casais caminhando, correndo, enfim, praticando exercícios físicos conjuntamente. Isso é extremamente saudável e auxilia não só na continuidade da própria atividade (sempre há momentos em que um acaba "puxando" o outro na falta de algum elemento motivacional), mas na melhora do companheirismo e no relacionamento por via de consequencia. No entanto, isso não é regra e, talvez, a grande parte dos corredores acaba tendo certa dificuldade em conciliar a prática da corrida com o seu companheiro/a.
Quando alguém decide começar a correr, começa de forma despretensiosa, ou seja, inicia caminhando, depois evolui para um trote leve, para então chegar a correr num pique legal. Essa evolução não acontece da noite para o dia e também não vem sem que o corredor dedique pelos menos duas ou três incidências de treino semanais. A rotina atribulada dos tempos modernos faz com que tenhamos que sacrificar uma parcela do nosso tempo que antes era dedicada exclusivamente ao companheiro/a e aos filhos. Então, o que antes era motivo de orgulho para o companheiro/a (que com certeza tem uma rotina diferente da sua e pode até gostar de um esporte bem diferente do seu) acaba virando motivo de críticas contumazes e até de desentendimentos.
Isso se agrava quando o corredor passa a frequentar assessorias esportivas, a conhecer e a se relacionar com um círculo diferente de pessoas (também envoltos na corrida de rua), a praticar a atividade em grupo, principalmente naqueles "longões" no sábado, sem contar, é claro, as provas realizadas normalmente aos domingos pela manhã, muitas vezes até em outras cidades. Enfim, se não houver habilidade no trato, a preservação da paz no relacionamento pode levar o corredor a restringir a prática ou até mesmo abandoná-la.
Bem, não há fórmula de bolo para lidar com isso, mas é certo que o corredor deve, sempre que possível, envolver o seu companheiro/a em algum momento nas atividades relacionadas a corrida. Pense em levá-lo/a para conhecer a turma da assessoria esportiva (num treino de final de semana, por exemplo), passe a relatar as experiências trocadas entre os colegas, dos mais novos aos mais velhos, afinal, muitas vezes nos deparemos com excelentes exemplos de vida, convide-o/a para assistir a uma prova, estimulando-o/a a estar na linha da chegada para receber você e comemorar a nova conquista. Quem sabe aquela corrida de rua básica em outra cidade não possibilita um passeio diferente no final de semana, onde a corrida é apenas um dos ingredientes e não ele em si. E não incida no erro de monopolizar as conversas do casal com seus indicativos de perfomance, planilhas, etc. (ou seja, não torne a sua vida diária conjugal num monólogo sobre paces, próximos desafios, quebras de recorde e tudo aquilo que gostamos de comentar com outros corredores).
A conjugação dessas ações podem até culminar com o início da prática esportiva por parte do seu companheiro/a, mas, mesmo que esse não seja o seu objetivo, com certeza lhe permitirá continuar com o seu esporte em total sintonia com o seu companheiro/a. A arte de correr também é a arte de envolver!